quarta-feira, 21 de novembro de 2007

O amor era lindo, mas ordinário...

O AMOR ERA LINDO...
Dias desses eu estava conversando com uma amiga sobre relacionamentos. Com toda certeza posso dizer que parece bem mais fácil quando se está fora do mundo sentimental. Nós dois rimos, debatemos idéias interessantes e contamos das nossas experiências agradáveis ou não com namorados (as).
Quantas vezes você achou que amava alguém ou estava apaixonado (a) e, tempos depois, descobriu que aquilo era alguma outra coisa? Carência, egoísmo, orgulho, solidão, atração (dependência) sexual, vingança, amor-próprio e ciúmes.
Não se preocupem, pois acontece todos os dias e, infelizmente, ficam na memória, virando sempre desabafos virtuais, motivos de mágoa ou revanchismo, talvez certo lucro para os psicólogos e psiquiatras de plantão.
Eu mesmo já fui “vítima”. Há alguns anos atrás, estava contagiado pelo amor. Uau!!! Ela era completamente linda, arrumava o cabelo de um jeito diferente de todas as outras, sorria de um modo que até pensava ser exclusivo para meus olhos. O rosto angelical chamava-me atenção.
A paixão estava ali, frente a frente comigo em uma bela segunda. Foram alguns beijos, abraços, olhares e, de repente, não era mais nada. Sim, desse jeito mesmo, caso você esteja estranhando ai do outro lado da tela do computador.
Todo esse ar de paixão que me envaideceu durante os 15 dias e estava tão próximo de virar o “eu te amo” desapareceu. O mesmo vento avassalador que trouxe, levou embora. Aqueles dias foram uma espécie de auto-flagelação. Contava até para as paredes.
Dela eu só percebia o tom gelado das conversas e nada mais. Tinha algo mais frio e calculista do que aquelas simples palavras: Nós podemos ser amigos?”. Que porcaria de frase era aquela. Algum dia eu descubro quem inventou essa pergunta que me atormenta há vários anos.
O homem apaixonado é uma tristeza. Consegue descobrir qualquer coisa. Eu fui atrás, decidido a saber o que estava acontecendo. Era uma forma que tinha encontrado de amenizar minha frustração. Fiquei sabendo de tudo.
Fiz parte de um ritual de transição. Fui uma espécie de despedida de relacionamentos experimentais. Uma cobaia inocente. Não, ela não mudou de idéia e começou a namorar meninas. Muito pior. Ela começou a namorar oficialmente pela primeira vez um garoto. E não foi comigo!!!
Hoje eu dou risada, mas naquele dia, pouca coisa tinha graça. Minha cabeça trazia pensamentos pouco pacíficos. “Que ordinária”. Esse era um dos mais contidos e menos agressivos adjetivos à fulana lá.
Demorou, pelo menos uma semana, para entender o que tinha me acontecido. Não era amor. Só isso. Por quê? Porque o amor não é egoísta, não fica com orgulho ferido de ter perdido, não sente ciúmes, não é carente e não sente falta do corpo da outra pessoa.

...MAS ORDINÁRIO porque mais parece com “uma troca de interesses recíprocos”, como uma amiga definiu. Isso mesmo. Esqueçam os filmes românticos. Amor de verdade não precisa do sexo para fuir, levitar igual uma folha na primavera. São coisas distintas, mas uma pode depender da outra para acontecer. Outra hora tento explicar.
Alguém deve estar louco para me apontar o dedo e soltar: “Você é um desiludido, corno, mal amado e etc”. Talvez seja, fui ou serei. Depende de quantas vezes vou amar ainda.
Se eu nunca amei? Foram umas 10 vezes em 13 anos de vida sentimental. Sempre daquela maneira instintiva, avassaladora e excitante, que nos leva aos orgasmos de felicidades e lágrimas de solidão.
No fim você pode até cair na cama de um hospital por causa dele, mas saberá que o amor verdadeiro, nunca esteve ali, apenas alguns ou todos aqueles sentimentos do começo do texto que te enganaram ou serviram para iludir alguém.
Ah, para terminar, esqueci de mencionar que “ele” costuma ser irônico. Se o amor não tivesse requintes de ironia, como eu poderia explicar que, nesse exato momento, estou pensando quando vou amar ou ser amado por alguém novamente? hehehehe
Está na hora de voltar ao trabalho. Quem sabe um dia, uma bela tarde, uma maravilhosa noite eu experimente o amor verdadeiro e tome vários copos até ficar de porre para contar à vocês na tarde seguinte. Abraço a todos...